domingo, 1 de fevereiro de 2015

#77 - ELEGIA, Aluizio de Medeiros

Não fales no filho
que não conheci.
Os olhos, disseram,
como os do pai
eram tristes;
da mãe tinha a boca
o nariz também.
Por três segundos
respirou, disseram.
Morreu depois.
O mundo deixou-lhe 
a marca, disseram, 
numa injeção que tomou.
Coberto de lágrimas
foi e não voltou.
Não fales no filho
que não conheci.

Sem comentários:

Enviar um comentário